quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Atualizando meu blog...

Esta semana voltei a estudar. É uma árdua tarefa conciliar o trabalho, a família, a casa e o trabalho. Além do mais, quando me encontro com muitas atividades, parece que invento ainda mais.

Segue um artigo que achei muito intessante e reflete bem o que acontece comigo e que, provavelmente, acontece com inúmeras pessoas.

http://www.cartacapital.com.br/app/coluna.jsp?a=2&a2=5&i=1696
Déficit de atenção
01/08/2008 15:06:39Thomaz Wood Jr.
O Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA) é um mal conhecido. Comumente, vem acompanhado de hiperatividade. Estima-se que atinja 5% da população. Indivíduos vitimados pelo DDA apresentam comportamentos como falta de foco, impulsividade e inquietação. A lista de sintomas inclui dificuldade para se concentrar, falta de atenção a detalhes, incapacidade para ouvir os outros, dificuldade para seguir instruções, desorganização, dificuldade para realizar atividades que exigem esforço mental contínuo e incapacidade para planejar tarefas. Agora, aplique a lista aos seus colegas de trabalho e provavelmente constatará que boa parte deles apresenta alguns, ou talvez a maioria, desses sintomas. Isso não equivale a um diagnóstico médico e não faz de seus colegas portadores do DDA, mas revela muito sobre a vida nos ambientes de trabalho contemporâneos. Então, imagine a cena: você chegou mais cedo ao escritório, determinado a finalizar aquele projeto que repousa há semanas em sua mesa. Avança corajoso para a sua sala, liga seu computador e se põe a abrir planilhas e textos. Sua determinação dura exatos 14 minutos. Surge uma pequena dúvida técnica: qual métrica será usada para avaliar o retorno sobre o investimento? Concentração. A tela imóvel a sua frente começa a incomodar. Distraidamente, você abre um site de notícias. Corre os olhos pelas manchetes e já vai voltar para sua tarefa. Entretanto, uma notícia chama a atenção: mais um maníaco embriagado dirigindo pela contramão. Impressionante! Os links trazem mais um, dois casos, uma epidemia! Doze minutos depois, você finalmente se lembra de sua tarefa. Volta constrangido à planilha, desiste de escolher a métrica e começa a trabalhar nas justificativas qualitativas. Seguem-se seis minutos de produtivo “corta e cola”. Repentinamente, toca o telefone: um cliente desesperado pede sua ajuda para resolver um problema urgente que, aliás, não é urgente, tampouco justifica o desespero. Cinco telefonemas e, 45 minutos depois, o problema está resolvido, seu humor um pouco abalado e a concentração perdida. Mas você não desiste. Retoma, com um pouco de angústia, sua tarefa. Estuda uma estratégia para avançar o que puder antes da reunião com a diretoria. Passam-se mais sete minutos de valiosos avanços, quando você nota que o ícone de chegada de mensagens, no canto da tela, pisca seguidas vezes. Talvez alguma coisa realmente urgente. Seguem-se 32 minutos de eliminação de spams, leituras de longas mensagens que não lhe deveriam ser destinadas e respostas a perguntas que não lhe deveriam ter sido feitas. Irritado, você finalmente volta a sua tarefa, mas tem apenas tempo para fechar os documentos e se preparar para a reunião. Seu projeto? Fica para outro dia. Meses reproduzindo essa frustrante rotina e você provavelmente estará preparado para um livro de auto-ajuda. Solução para as suas dores talvez não encontre, mas ao menos você não vai se sentir tão sozinho e desamparado. O livro Distracted: The Erosion of Attention and the Coming Dark Age, de Maggie Jackson, é mais uma peça do vasto arsenal editorial visando tirar dinheiro das angústias executivas. Marci Alboher, do The New York Times, teve a paciência de ler o livro, do qual extraiu a seguinte lista de efeitos da nova, ou não tão nova, praga corporativa: profissionais trocam de tarefas a cada três minutos e, uma vez distraídos, levam meia hora para retomar o foco original; interrupções e seus respectivos tempos de retomada consomem 28% do dia de trabalho; funcionários que são rotineiramente interrompidos e não conseguem focar adequadamente suas tarefas são mais aptos a se sentir frustrados, pressionados e estressados; em reuniões nas quais todos estão verificando seus e-mails, as oportunidades para fazer um trabalho coletivo crítico e criativo são perdidas. Triste, não? Será a tecnologia a grande culpada? Somente se nos contentarmos com um bode expiatório. A tecnologia pode piorar as coisas, porém a verdadeira raiz talvez seja nossa ansiedade por acompanhar tudo o que acontece a nossa volta. Para enfrentar o problema, alguns profissionais adotaram há algum tempo espaços “sagrados” na agenda, no qual se isolam de seus pares e se desligam temporariamente dos meios de comunicação. Alboher lembra que funcionários da IBM adotaram as Think Fridays, nas quais são evitados o correio eletrônico, as reuniões e outros tipos de interrupções. Outras empresas têm criado salas silenciosas, leia-se, sem conexões telefônicas ou informáticas. O passo essencial no sentido de recuperar a capacidade de foco cabe, obviamente, à autodisciplina dos indivíduos.
Thomaz Wood Jr.